sexta-feira, 21 de maio de 2010

CONSTRUINDO PONTES ENTRE MUNDOS DISTANTES E COEXISTENTES


PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO SOCIAL COM ALUNOS DE COLÉGIO


Justificativa do projeto

O presente projeto visa oferecer uma vivência que tenha como norte principal a criação de relações entre os diferentes universos, extratos sociais e experiências de vida que coexistem no interior da mesma sociedade, buscando a criação de um diálogo que tenha como objetivo responder algumas perguntas centrais: Até que ponto as diferentes práticas sociais, influenciadas e determinadas por meios e condições de vida diferentes, produzem, em um mesmo contexto social, visões de mundo e modos de vida diferentes? Quais seriam os efeitos da descoberta de que a exclusão social não gera uma separação absoluta entre os extratos sociais?  Como podemos pensar nossas ações tendo em vista que somos cúmplices e agentes da mesma sociedade, que produz exclusão social para realizar a manutenção da mesma organização que é partilhada por todos nós?   

A resposta para tais questionamentos exige uma dupla demanda que é por um lado, teórica e, por outro, essencialmente prática.  A demanda teórica cria as condições básicas para que o educando consiga se inserir de forma orientada, no contexto histórico em que a humanidade se encontra atualmente. É preciso situar-se em seu tempo para que saibamos quais são as conseqüências de estar vivo nesse mesmo tempo histórico. Neste sentido, a teoria, proveniente da Filosofia e da sociologia, busca elucidar as grandes tendências de uma época, de onde surge uma visão de mundo dominante e modos de vida coerentes com tal visão de mundo. Esse estudo é ainda mais importante quando vivemos em um mundo globalizado em que medidas de produção, de consumo e de relações seguem tendências muito próximas nos mais variados contexto regionais. Sendo assim, a parte teórica do projeto encontra seus fundamentos em textos da filosofia e da sociologia, artigos de revista, jornal e internet, que possam criar esse panorama da atualidade fundamentando o conhecimento de nossa época. Além disso, existem outras áreas do saber na escola que direta, ou indiretamente, ajudam a construir o panorama geral da atualidade e que podem se inserir no projeto. Referimo-nos  às disciplinas de história e geografia, entre outras.

  Mas de quê esse panorama geral, que visa situar o estudante em seu tempo, não dá conta? O que podemos acrescentar à contextualização para que ela deixe de ser apenas um conteúdo a mais, oferecido pela escola? A resposta a tais questionamentos nos remete diretamente às condições de experiência de nosso tempo. Hoje se sabe de tudo, tem-se informação disponível sobre tudo o que acontece no mundo inteiro, contudo, pouco se aprende sobre as reais condições de existência em nossa sociedade quando, imagens e discursos, criam noções de nossa realidade sob uma ótica espetacular. Daí surge a percepção de que o conhecimento que proporcionamos, apenas em sala de aula, ainda carece de elementos básicos para que o estudante possa criar um diálogo aberto com o que é a realidade experimentada cotidianamente pela maioria das pessoas. Não podemos estabelecer um diálogo sincero com o mundo estando fechados e protegidos pelos muros da escola. 

Deve ficar claro, que não pretendemos realizar uma crítica às instituições escolares ou ao tipo de conhecimento que é oferecido em seu interior, mas sim detectar a necessidade de novas práticas para que alguns de seus objetivos educacionais mais caros sejam atingidos. 

É sob esta perspectiva que a demanda prática do projeto, um dos pontos centrais que nos auxiliará a responder aos questionamentos iniciais que lhe motiva, ganha relevância e salta aos olhos como uma de suas partes mais importantes. Buscamos novas práticas como elemento que possa injetar uma grande carga de experiência na teoria. 

Para que possamos injetar essa carga de experiência em nossas práticas teóricas, e gerar um diálogo de fato aberto e direto com o que chamamos aqui de realidade das maiorias, buscamos aliados fora da escola que estejam desenvolvendo trabalhos sociais de importância e que tenham, ao mesmo tempo, abertura para participação de adolescentes. É aqui onde a escola encontra-se com o projeto da ONG “Um Teto para meu País”. Essa instituição não governamental atua em quinze países da America latina, combatendo e denunciando a extrema pobreza produzida como efeito dos modos de organização social em que vivemos. 

 A busca pelo encontro da escola e de seus alunos com essa instituição e seus tipos de prática social é fruto de uma convergência de interesses. À instituição, ainda em fase inicial em nosso país, interessa abrir novas frentes, não apenas de captação de voluntários, mas também voltadas à educação e formação social. Às escolas pode interessar o tipo de vivência e o ganho de experiência que é proporcionado àqueles que participam de seus projetos.

O trabalho do “Teto” tem como principal objetivo o combate e denúncia à extrema pobreza como meios para sua erradicação. A primeira das três fases de seu projeto consiste em: estabelecer contato e criar vínculos no interior de comunidades carentes. Essa inserção acontece por meio de contato com a liderança comunitária, detecção dos moradores em situação de calamidade social, construção de “casas emergenciais” e acompanhamento das famílias beneficiadas para que se possa realizar a sondagem do impacto causado em suas vidas com o auxílio oferecido pela ONG, e todos seus voluntários, geralmente jovens universitários. 

As fases seguintes do projeto desenvolvido pelo “Teto” encontram-se operantes no Uruguai e no Chile, países nos quais a ONG atua há mais tempo e já possui experiência em construção com jovens do ensino médio.  A segunda fase do projeto visa à produção de meios para que as comunidades beneficiadas possam receber os serviços mínimos necessários para saírem da situação de vulnerabilidade. A partir desse ponto, quando já existe disponibilidade de serviços como saúde, educação, auxílio jurídico e fornecimento de micro-créditos, inicia-se a terceira fase do projeto. Nesta etapa o objetivo é fomentar na população a busca por mudanças definitivas, que proporcionem inserção e participação social além de condições de vida auto-suficientes e de qualidade.

O possível ponto de convergência de interesses e objetivos em comum entre escolas e ONG se dá mais explicitamente na primeira etapa. Onde ambos os lados e realidades inseridas nesta dialogo social (voluntario e beneficiado) trocam, por meio da convivência direta e imersão cultural, experiências e conhecimentos.  É neste ponto em que se inicia o processo no qual as partes envolvidas, por meio do reconhecimento do outro, passam a compreender qual o seu posicionamento nesta organização social e quais são suas possibilidades de atuação e interferência. 

É justamente essa possibilidade de aproximação que nos interessa, pois é de onde surgem as experiências de troca que buscamos com esse projeto. Trocas que aproximam realidades de vida distantes, possibilitando uma resignificação das imagens que criamos em relação àquilo que não conhecemos. Talvez, esse seja um caminho interessante para que possamos perceber e dar a perceber aos nossos alunos, que existem grandes diferenças no interior de nossa sociedade, mas que, sobretudo, existem grandes proximidades. Proximidade o bastante para que as pessoas repensem suas escolhas e seus conceitos, na medida em que, compreendam que suas ações nunca estão isoladas de um contexto, ou isentas de efeitos que interferem em dinâmicas de suas vidas particulares, mas que também se refletem no quadro geral de funcionamento da sociedade. 

Perceber-se cúmplice, ainda que inconscientemente, da barbárie que nossa sociedade produz para se manter operante, é um grande acontecimento na vida de qualquer pessoa. Quem sabe, seja suficiente para pensarmos, com outros olhos e outro corpo, nossas ações e escolhas futuras, tendo em vista que, somos cúmplices e agentes da mesma sociedade, que efetivamente PRODUZ exclusão social para realizar sua manutenção!   


Pontos necessários a realização do projeto:

1) Sensibilização: Esta parte do projeto prolonga-se por toda sua duração. É onde estão contidas as questões centrais, os conteúdos conceituais necessárias para que o projeto proporcione uma experiência prática (imersão cultural) subsidiada e norteada por uma rede de compreensão que acolha da melhor forma todos os efeitos proporcionados pelo projeto.  

2) Imersão cultural: Esta parte do projeto será realizada em campo. É o momento em que a visão construída na sensibilização se voltará para o mundo real, buscando na experiência prática a confirmação e o confrontamento das questões levantadas. 

3) Logística do projeto: Esta parte do projeto apresenta os procedimentos e cuidados necessários para o bom andamento do projeto. 

4) Questões problema

5) Mecanismos de avaliação 

Etapas do projeto:

Passos da Sensibilização


Eixo temático: Constituição das linhas gerais que caracterizam os Modos de Vida e            Visão de Mundo da contemporaneidade. 

Conceitos estruturantesModo de Vida – Visão de Mundo – Ruptura histórica – Modernidade – Projeto Moderno  

Conteúdo :  

-“Introdução à modernidade e ao humanismo: O que é ser moderno?” 

Textos utilizados:

- Luc Ferry – “Aprender a viver”. Cap 4 ( O humanismo ou o nascimento da filosofia moderna) 

- David Harvey – “A condição pós-moderna”. Parte I (Modernidade e modernismo) 

Filmes utilizados :

- “Notícias de uma guerra particular”

Questões motivadoras:

- O que é ser moderno?

- O que é visão de mundo, modo de vida e ruptura histórica?

- Quais são a implicações existências da nova concepção de tempo da modernidade (progresso)?

- Quais foram as contradições encontradas entre o discurso moderno e suas práticas  sociais?  


1.2) 

Eixo temático : As relações de poder na contemporaneidade

Conceitos estruturante: Poder – Estado- Instituições – Economia

Conteúdo: Pensar a economia como instituição dominante da contemporaneidade, que tem por função regular as relações de poder nas formas de organização sociais atuais.

Textos utilizados

- Gérard Lebrum – “ O que é Poder?” (fragmentos) 

- Michael Foucault – “Vigiar e punir” (sobre o papel das disciplinas: sociedade disciplinar - panóptico) 

Filmes utilizados :  Zeitgeist

Questões motivadoras:


1.3) 

Eixo temático : Os efeitos produzidos nas formas de organização social contemporâneas: fotografia da realidade brasileira em relação às questões de exclusão social.

Conceitos estruturantes: Exclusão Social – Neoliberalismo – Trabalho – Relações sociais

Conteúdo: Elucidação das contradições sociais, dos efeitos desumanos e inconfessáveis que são produzidos nas sociedades capitalistas contemporâneas. Buscar esclarecer qual é a função produtiva que a exclusão social desempenha em nossa sociedade, trazendo a tona sua relações com a economia, com o aparelho judicial (produção de marginalidade) e com a instância subjetiva. 

Textos utilizados: Mariangela Belfiore – “Refletindo sobre a noção de exclusão social”

Filmes utilizados: 

- Documentário – “ Homens invisíveis”

Questões motivadoras:

- O que é exclusão social?

- Qual é atual situação da exclusão social em nosso país? 

- Quais são as políticas econômicas-sócias que geram exclusão?

- Qual a função da exclusão social em nossa sociedade?


1.4)  

Eixo temático : Ação política: posicionamento e escolha 

Conceitos estruturantes: Escolha – Ação política – Desejo – Subjetividade – Singularidade – Ética – Alteridade – Micro Política 

Conteúdo: Busca pela compreensão da idéia de Micro Política, como mecanismo de funcionamento da política dominante e como elemento de resistência nas sociedades contemporâneas. Neste sentido, pretendemos esclarecer a função da escolha em ações políticas, assim como seus efeitos nos âmbitos individuais e sociais.

Além disso, torna-se necessário discutir o que é ética, para que assim possamos pensar coletivamente na diferença entre uma postura ética frente a uma postura moral. 

Textos utilizados: 

- Ruben Alves – “Meu coração fica junto com o coração dela”

- Fragmentes do texto “Micro política” de Michael Foucault

- Fragmentos do texto de Roberto Machado “Deleuze a arte e a filosofia”( diferença entre ética e moral) 

Filmes utilizados

- “A revolução dos cocos”

Pontos de atenção : Pensar como a compreensão da nossa organização social, em relação com as questões da exclusão social, geram a motivação necessária para a existência de projetos como do teto. Neste sentido, buscamos esclarecer quais são as motivações políticas praticadas por projetos desse cunho, trazendo à tona suas justificativas, assim como seus efeitos nos âmbitos individuais e sociais. Compreensão de que  somos por essência, pelos simples fato de coexistirmos, seres políticos, assim como nossas atitudes (ou falta delas). Buscando relacionar e entender que nossos atos nada mais são do que a tradução de nosso entendimento da realidade. Confrontar a forma que estes alunos entendem e se posicionam dentro da organização social atualmente frente a  outras possíveis.

Questões motivadoras:

- Quais são os fatores que motivam as ações das pessoas? Quais são suas origens? (tomar motivação como causa das ações – relação causa e efeito entre motivação e ação) Quais são suas motivações pessoais?

- O que é política?O que é uma ação política? Existem ações não políticas?

- Qual o sentido político de uma escolha? Qual sua função política? Entendimento do conceito escolha - Definição do conceito: Escolha é atualização de uma das tendências compostas por campos de possibilidades. Tais campos compõem-se por duas interfaces coexistentes, operando em constante troca e intervenção mutua. Essas interfaces podem ser compreendidas da seguinte forma: por um lado temos um capo de possibilidades atual, estabelecido em um meio social e, por outro, temos um campo de possibilidades virtual, entendido como linha de fuga do campo atual.)

- Em que, a compreensão de nosso contexto histórico e das formas de organização social em que vivemos, interfere em suas escolhas e ações? Como formar uma postura ética em função dessa compreensão?

1.5) 

Eixo temático: Campo de possibilidades para intervenção social : apresentação de projetos, vivências e caminhos possíveis. 

Conceitos estruturantes: cidadania – motivação pessoal – organizações independentes 

( EX: ONG) – Culpa social – assistencialismo.


Conteúdo: A apresentação do projeto da ONG “Um teto para meu pais” será realizada sob diferentes pontos de vista. Em primeiro lugar será apresentada a vivência de um voluntário por meio de um relato direto da experiência. Em segundo lugar vamos apresentar, em linhas gerais, o trabalho do “TETO”, suas formas de atuação e as diferentes frentes de seu projeto.

Questões motivadoras

- Questões preparados pelos alunos. 

- Quem somos nós? 

- O que fazemos?

- Como Fazemos?

- Quais são as motivações da instituição?

- A forma de atuação do teto é de caráter assistencialista?

- Por que uma casa e qual sua relevância?

- Por que as pessoas buscam iniciativas como a do teto? Quais as motivações desse tipo de atuação social (somos auto-complacentes? Essa questão é uma saída para discutir a questão da culpa social de nossos tempos?)

- O que se ganha com um trabalho voluntário? o que se oferece? Qual é o compromisso que se tem com um trabalho voluntário?    

- Debate crítico sobre as formas de atuação da ONG (Humanização do “teto”)

1.6) 

Fechamento: Debate crítico sobre o campo de possibilidades aberto pelo projeto. 

Eixo temático: Cumplicidade: Culpa e má consciência ou escolha responsável e ação criativa?
Conceitos estruturantes: Culpa – má consciência – força ativas – forças reativas 

Conteúdo: pretendemos aqui trabalhar a questão da cumplicidade, como um dos aspectos centrais e mais importantes desse projeto. Certamente não visamos a produção de sentimento de culpa, pois trabalhamos contra ela o tempo todo. Ainda assim, conscientes ou não, participamos da mesma sociedade que produz, segundo políticas inconfessáveis, condições de vida de sobrevivência. Todos sabemos disso, convivemos com isso, até nos acostumamos com isso. Logo, ou agimos no problema buscando soluções ou somos coniventes. Não queremos dizer com isso que todos devemos fazer trabalhos voluntários, pois isso é opção de cada um, mas nossas escolhas, os valores que partilhamos e a direção que damos para nossos desejos podem e deveriam ser repensadas quando sabemos o que implica participar de uma sociedade como a nossa.

Textos utilizados

- Friedrich Nietzsche – A genealogia da moral (segunda dissertação)

Ponto de atenção: Buscar, por meio do debate crítica sobre as motivações e ações da instituição, assim como de nossas próprias ações, mostrar quais são os pontos de vulnerabilidade tanto nas ações políticas, como nas ações de instituições como o “teto”. 

Questões motivadoras

- Quais são os efeitos da atuação do teto?

- O modelo de intervenção do teto é de fato efetivo? Cumpre sua proposta?  

- As motivações da ONG  são válidas? 

- Porque oferecer uma casa? Qual a relevância dessa ação? Quais são os efeitos gerados em sua produção?  

Imersão cultural: Primeira ida a campo - início da criação de pontes entre mundos distantes e coexistentes


2.1) Preparação

-Debates sobre o questionário de detecção e as práticas necessárias para sua adequada aplicação

- Existem possibilidades de acrescentar algum ponto ao questionário? (novas questões que possam alimentar o projeto – criar um questionário paralelo)  

- Questões de logística

Conversa a apresentação do teto para os pais



2.2)Visita à comunidade – Detecção

- Aplicação dos questionários em famílias

- Pensar nas questões de logística


2.3)Construção

Workshop de construção e medidas de segurança 

Intervenção direta


2.4) Acompanhamento 

-  Volta à favela 



Logística do Projeto 


Questões problema – efeitos colaterais do projeto

Como lidar com as questões de culpa social e vitimização?

Como lidar com os efeitos da profundidade e possível violência das experiências geradas pelo projeto?

Como criar meios de acolhimento e expressão para as novas experiências?

Como envolver diferentes partes da comunidade educacional para dar consistência ao projeto? Escola, família e sociedade. 

Escolhas da comunidade: escolher as comunidades onde o teto já tem maior atuação e mais tempo como critério de segurança

Como tornar o projeto financeiramente viável?


Questões levantadas:

O inicio da discussão sobre culpa e má consciência deve ter início logo após a primeira enquete- detecção -, pois é um dos momentos de maior impacto.

Esse impacto provem do fato de que a família beneficiada está sendo visitada em sua situação real: E, além disso, existe uma escolha a ser feito que acaba excluindo outras famílias que também têm necessidades.

Orientação para a observação do meio visitado: direcionar o olhar, não fechar o olhar das crianças em função do sofrimento e da pobreza. Manter o  foco no que há de detalhes humanos. Buscar nessa observação os pontos de proximidade e os de distanciamento. 

Questão dos pais: pensar em como apresentar o projeto para os pais? Como acolher os medos? 


5) Mecanismos de avaliação 

- Possíveis atividades: Criação de um blog/comunidade de investigação, denúncia e troca de idéias em relação aos questionamentos levantados pelo projeto. Aqui já criamos um meio de expressão, visibilidade, avaliação e produção para que os alunos possam expandir a discussão para fora da escola. 

- Utilização de formas multimídia de registro das experiências. Buscar a criação de registros criativos e produtivos, como meio de expressão para a experiência proporcionada pelo projeto.